terça-feira

VELHOS CONHECIDOS



Hoje eu tive uma idéia...Resolvi fazer uma viagem no tempo, me lembrei do Brenno Lima. Aquele garoto que fez parte da minha vida no final do ginásio e por todo o ensino médio, que parecia ter uma admiração incontida e que sempre sentava ao meu lado. Fazíamos praticamente todos os trabalhos de dupla juntos, passávamos alguns “recreios” juntos, parecia que era importante pra ele estar ao meu lado, mesmo às vezes no silêncio. As minhas palavras incontidas ecoavam...elas mostravam o quanto a amizade dele era importante pra mim. Mas ele não queria ser o meu amigo, na verdade queria, mas ele imaginava uma vida ao meu lado.
Sempre fui uma menina, que sonhava, que sorria, que sentia, que temia, que tremia de medo do desconhecido. Eu sabia o seu nome: AMOR. Mas só conhecia aquela velha conhecida, a AMIZADE. Naquele tempo não sabia que o desconhecido conhecia a minha velha conhecida e que eles também andavam juntos. Viviam de mãos dadas, estavam sempre conversando.
BRENNO. O seu nome era como um som suave nos meus ouvidos, um som intenso, cheio de significado. Ele tocava piano maravilhosamente bem, como nunca vi alguém tocar...Sempre o admirei, ele era um exemplo de todas as virtudes reunidas, de caráter, de bondade, de temor a Deus...e como era bom ter a sua companhia. Mas ele não conhecia os meus defeitos. Não sabia que eu não gostava do possível. O que me movia era o sabor da conquista, o prazer de fazer alguém gostar de mim.
Um dia ele escreveu em um de nossos trabalhos de Português (éramos uma dupla inseparável): “Até parece que foi ontem, você chegou e me marcou. Com seu jeito manso e amigo, meu coração conquistou...”
Em que momento a amizade tinha convidado o amor para segurar a sua mão?Nunca saberei responder...De repente eu percebi que também o amava e que não tinha me apresentado para o desconhecido porque eu não podia gostar de quem gostasse de mim. O que não percebi é que isso era a maior idiotice do mundo. Qual era a graça de gostar de quem não gostava de mim?O sabor da conquista. O fácil não fascinava, mas o difícil atraía. E ele estava sempre ali: do meu lado.
De repente ele, o Brenno, percebeu que era muito melhor gostar de alguém que demonstrasse reciprocidade. Nesse momento, eu já estava perdidamente encantada por ele, alguém que já havia se encantado por mim, e porque não dizer me amado, mas que talvez tivesse se cansado de esperar algo que não dava sinais de que chegaria. Tudo que eu queria era ser transportada para o seu universo. Queria que o seu universo fosse agora o nosso universo. Aquele desconhecido era agora um velho conhecido pra mim.
Aquele garoto não conversava mais comigo todos os dias e foi se afastando até que de um velho e bom amigo ele parecia ter se tornado apenas um colega de classe. Sempre educado, amoroso, atencioso...mas o brilho dos olhos só se via nos meus, não mais nos olhos dele...Vieram se apresentar dores que não conhecia, as piores que se pode ter, a dor da falta, da perda, da saudade, da indiferença...
Desejava com todas as minhas forças que ele resgatasse aquele amor, que me desse uma nova chance de ser feliz, que quisesse estar ao meu lado novamente...
Era como se aquela história de criança que eu escrevia no diário pudesse ser uma realidade: Escutei alguém batendo na porta...na porta do meu coração...era uma batida insistente...não quis abrir pensando ser a saudade que vivia a me perseguir...Até que tamanha insistência me venceu, resolvi abrir a porta...não havia ninguém, olhei para todos os lados e realmente só via o nada, o vazio...até que olhei para o chão (para onde eu nunca havia olhado) e havia um bilhete: Desculpe insistir, não queria ser um incômodo, gostaria apenas de dizer que queria morar com você, sou a felicidade e não volto mais...
Ele foi morar em Curitiba. Não me lembro de tê-lo visto novamente depois daquele tempo, talvez algumas vezes, mas a minha mãe o encontrou por acaso no shopping no comecinho deste ano (2012). Então ela me disse que ele continua o mesmo...deve ter conservado as mesmas virtudes que me encantaram. Desejo que onde quer que esteja, que seja FELIZ com alguém muito especial.
A FELICIDADE?Não cumpriu a palavra, ela voltou, mas aí já é outra história...Agora voltei do meu “vórtice temporal”. Cheguei a uma conclusão: descobri que certas coisas são ATEMPORAIS, como VELHOS CONHECIDOS.

Um comentário:

  1. Beloo.. vejo q grandes pessoas passaram em sua vida d forma marcante Carol. Ele com certeza merece todos elogios rs. Mas o tempo d Deus nos mostra coisas q nem imaginávamos um dia no futuro tomar conhecimento. INCRÍVEL hehe. Mas vejo a excelente amizade que vcs tiveram entre outras q eu vjo agora em vc. Texto muito bonito Carol.
    Aliás... tudo q vc anda escrvendo encanta!!
    Dom magnífico de Deus vc tem d escrever e recitar sua vida em pequenas histórias...

    Um beijoooooo

    abraçoo forte e graça e paz do Senhor nos seus caminhos.

    By: Matheus Alves
    Data: 29/01/2012

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