segunda-feira

Um pouco de Drummond...

Hoje, um dos maiores escritores e poetas brasileiros completaria 109 anos...Carlos Drummond de Andrade!





Falar é completamente fácil, 
quando se têm palavras em mente 
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes 
o que realmente queremos dizer, 
o quanto queremos dizer, 
antes que a pessoa se vá.

“Porque calando nem sempre quer dizer que concordamos com o que ouvimos ou lemos,mas estamos dando a outrem a chance de pensar, refletir, saber o que falou ou escreveu.”

“Cuidado por onde andas, que é sobre os meus sonhos que caminhas.”

“Se eu gosto de poesia?
Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor.
Acho que a poesia está contida nisso tudo.

"Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes. "

"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."

"Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela."

“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.

“O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza.

“Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.”

sexta-feira

Uma pitada de Machado de Assis...



"Das qualidades necessárias ao xadrez, Iaiá possuía as duas essenciais: vista pronta e paciência beneditina, qualidades preciosas na vida, que também é um xadrez, com seus problemas e partidas, umas ganhas, outras perdidas, outras nulas". (extraído de Iaiá Garcia- Machado de Assis).



"As mulheres que são apenas mulheres, choram, arrufam-se ou resignam-se; as que têm alguma coisa mais do que a debilidade feminina, lutam ou recolhem-se à dignidade do silêncio". (extraído de "Helena"- Machado de Assis).

quarta-feira

AC, ABC, A-B-C, BC...



Bom, Coração,
Peço-te que afastes
O sentimento que acalentastes...

Brisa Calma,
Leve pra lugar distante
O sussurro que fala a todo instante...

Bem Contente
Agora quero, preciso seguir
O caminho certo...e prosseguir...

Busquei Compreender
Se o problema estava em mim,
Até que descobri que tinha que ser assim...


Boas Conversas
Podem me fazer entender
A causa do seu ser se confundir com o meu ser...


Bondosa Criança,
Vai em busca de teu sonho...
Esquece a angústia...agora te proponho!

Bravo Competidor,
Em ti me espelharei
O foco outrora perdido, agora perseguirei...


Basta!!!Chega!!!
Deixo pra trás o que já passou...
As alegrias compensarão os dias em que se chorou...



(CAROL MINEIRINHA)

A casa do João-de-Barro

Numa casinha bem feita
no alto da laranjeira,
morava o seu João-de-Barro
com sua esposa faceira.


Tinham tudo o que queriam:
- paz, alegria e calor-
nessa casinha construída
todinha com muito amor!


Tudo fizeram juntinhos,
com tanto enlevo e carinho
que a casa, que era de barro,
tinha, dos dois, um pouquinho.


Ele era o arquiteto.
Ela, sua inspiração.
E os dois se completavam
num só grande coração.


Enquanto o barro amassava
para a casa construir,
muito alegre ele pensava
no bem que havia de vir.


A passarinha contente,
querendo o esposo ajudar,
ia trazendo palhinhas
para no barro grudar.


E a casa ficou pronto
para alegria dos dois,
já podiam pensar
nos que viriam depois...


Mas, na fazenda, um menino,
que passava suas férias,
inventava estripulias
e buscava mil idéias.


Queria se divertir,
as férias aproveitar.
Mas nem sempre o que fazia
era de a gente aprovar...


E procurava aventuras
com o estilingue na mão.
Viu, de repente, a casinha.
Veio logo a tentação!


Que alvo maravilhoso!
disse ele triunfante.
E a pedra traiçoeira
destruiu-a num instante.


Na mesma hora caiu, 
despedaçada no chão.
Mas o menino sentiu
uma dor no coração.


Uma casinha tão linda!
Como é que fui desmanchar?
E viu logo o casalzinho
desesperado a piar.


Joga fora o estilingue
e, bem triste, arrependido,
vai procurar a casinha:
mas já está tudo perdido...


O esposo, pequenino,
com que tristeza sofria!
E olhava para o menino:
-Tão grande!Que covardia!


Não podia fazer nada...
Como iria reagir?
A diferença era enorme!
Quem podia competir?


Mas o menino, em seu peito,
percebeu no mesmo instante
que ele, pro passarinho,
era tal qual um gigante!


E sentiu que sua força
era mal aproveitada...
Deveria justamente
defender a passarada!


E fez propósito firme
e promessa pra valer!
Daquele dia em diante,
os pássaros defender!


Quando Deus nos dá a força, 
é pra gente a colocar
a serviço dos mais fracos
para poder ajudar.

 (Bellah Leite Cordeiro)

sábado

SOU DA MINHA COR PREFERIDA



Se eu tivesse que escolher algo que marcou demais a minha infância, não poderia deixar de citar um livro da Ruth Rocha: "Bom dia todas as cores"...Era uma pequena criança, participei na escola da encenação do livro...Nunca me esquecerei...Eu era a cor alaranjada...Naquele tempo talvez não tenha percebido a profundidade desse livro infantil...Essa semana veio muito forte a recordação daqueles momentos, pois comentei sobre essa história com a minha mãe...Fiquei realmente emocionada, pois foram muito bons e felizes aqueles tempos de criança...Do mundo da imaginação invadindo a minha realidade!!!
Hoje, relendo essa história, tirei algumas conclusões...Quero acordar todos os dias contente da vida porque sou da cor que quero ser...Não serei "boazinha" com todos, se isso significar abrir mão dos meus princípios e valores, ou pensar como os outros pensam, ou cantar o que cantam, ou fazer o que fazem...
Tenho a minha personalidade, a minha individualidade, o meu jeito de ser...Não digo que não mudo de opinião. "Não é triste mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar". (Francis Bacon)
Só sei que não faço o que querem só para agradá-los...Isso seria pedir demais...Procuro fazer o que é correto, em conformidade com a regra de fé e prática que sigo...E isso é bastante pra mim!!! Se gostaram, muito bem!Se não gostaram, AZAR!!!
                                               (CAROL MINEIRINHA)

Meu amigo Camaleão acordou de bom humor.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
bom dia, todas as cores!

Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho, mudou sua cor
Para a cor-de-rosa, que ele achava
A mais bonita de todas, e saiu para
O sol, contente da vida.

Meu amigo Camaleão estava feliz
Porque tinha chegado a primavera.
E o sol, finalmente, depois de
Um inverno longo e frio, brilhava,
Alegre, no céu.
- Eu hoje estou de bem com a vida
- Ele disse. - quero ser bonzinho
Pra todo mundo...

Logo que saiu de casa,
O Camaleão encontrou
O professor pernilongo.
O professor pernilongo toca
Violino na orquestra
Do Teatro Florestal.
- Bom dia, professor!
Como vai o senhor?
- Bom dia, Camaleão!
Mas o que é isso, meu irmão?
Por que é que mudou de cor?
Essa cor não lhe cai bem...
Olhe para o azul do céu.
Por que não fica azul também?

O Camaleão,
Amável como ele era,
Resolveu ficar azul
Como o céu da primavera...

Até que numa clareira
O Camaleão encontrou
O sabiá-laranjeira:
- Meu amigo Camaleão,
Muito bom dia e você!
Mas que cor é essa agora?
O amigo está azul por quê?

E o sabiá explicou
Que a cor mais linda do mundo
Era a cor alaranjada,
Cor de laranja, dourada.

Nosso amigo, bem depressa,
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo alaranjado,
Louro, laranja, dourado.
E cantando, alegremente,
Lá se foi, ainda contente...


Na pracinha da floresta,
Saindo da capelinha,
Vinha o senhor louva-a-deus,
Mais a família inteirinha.
Ele é um senhor muito sério,
Que não gosta de gracinha.
- bom dia, Camaleão!
Que cor mais escandalosa!
Parece até fantasia
Pra baile de carnaval...

Você devia arranjar
Uma cor mais natural...
Veja o verde da folhagem...
Veja o verde da campina...
Você devia fazer
O que a natureza ensina.

É claro que o nosso amigo
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo bem verdinho.
E foi pelo seu caminho...

Vocês agora já sabem como era o Camaleão.
Bastava que alguém falasse, mudava de opinião.
Ficava roxo, amarelo, ficava cor-de-pavão.
Ficava de toda cor. Não sabia dizer NÃO.

Por isso, naquele dia, cada vez que 
Se encontrava com algum de seus amigos,
E que o amigo estranhava a cor com que ele estava...
Adivinha o que fazia o nosso Camaleão.
Pois ele logo mudava, mudava para outro tom...

Mudou de rosa para azul.
De azul para alaranjado.
De laranja para verde.
De verde para encarnado.
Mudou de preto para branco.
De branco virou roxinho.
De roxo para amarelo.
E até para cor de vinho...

Quando o sol começou a se pôr no horizonte,
Camaleão resolveu voltar para casa.
Estava cansado do longo passeio
E mais cansado ainda de tanto
mudar de cor.
Entrou na sua casinha.
Deitou para descansar.
E lá ficou a pensar:
- Por mais que a gente se esforce,
Não pode agradar a todos.
Alguns gostam de farofa.
Outros preferem farelo...
Uns querem comer maçã.
Outros preferem marmelo...
Tem quem goste de sapato.
Tem quem goste de chinelo...
E se não fossem os gostos,
Que seria do amarelo?

Por isso, no outro dia, Camaleão levantou-se
Bem cedinho.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
Bom dia, todas as cores!

Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho,
Mudou sua cor para
A cor-de-rosa, que ele
Achava a mais bonita
De todas, e saiu para
O sol, contente
Da vida.

Logo que saiu, Camaleão encontrou o sapo cururu,
Que é cantor de sucesso na Rádio Jovem Floresta.
- Bom dia, meu caro sapo! Que dia mais lindo, não?
- Muito bom dia, amigo Camaleão!
Mais que cor mais engraçada,
Antiga, tão desbotada...
Por que é que você não usa
Uma cor mais avançada?

O Camaleão sorriu e disse para o seu amigo:
- Eu uso as cores que eu gosto,
E com isso faço bem.
Eu gosto dos bons conselhos,
Mas faço o que me convém.
Quem não agrada a si mesmo,
Não pode agradar ninguém...
E assim aconteceu
O que acabei de contar.
Se gostaram, muito bem!
Se não gostaram, AZAR!



(RUTH ROCHA)

quinta-feira

DO VERBO AMAR

TE AMO, no observar...
TE AMO, no sofrer...
TE AMO, sem pensar...
TE AMO, sem querer...


TE AMO, sem saber...
TE AMO, no sonhar...
TE AMO, sem te ver...
TE AMO, no despertar...


Se tu sabes amar, 
Venha logo me encontrar,
Amanhã pode ser tarde pra resolver,
Não tardes, não tardes, meu viver!!!


Quero ler novamente
Teus lábios, teu olhar,
Que valem mais que palavras,
Pois sabem como fascinar...


Palavras às vezes se perdem,
Os momentos de silêncio nunca se vão...
Esses tenho bem guardados,
Nas lembranças, no coração!!!


Tenho alimentado por você,
O mais puro e nobre sentimento,
E ele toma conta de mim,
Dos meus atos, do meu pensamento!!!


Te ver falar e sorrir,
Me faz ser feliz,
Me faz crer, dia a dia, 
Que você é o que eu sempre quis!


Te amar como eu amo,
Pode ser um erro ou uma loucura,
Mas que se há de fazer?
Para o amor não existe remédio, nem cura...


Que não seja infinito
Apenas enquanto durar,
Mas por toda a vida...
Isso é que é amar!!!


Paixão?Antes fosse o motivo,
De tão grande atração...
Que se tornou mais que isso...
Amor, amizade, afeição...


De todos os sentimentos,
Sofro pelo mais cruel,
Me preenche a saudade,
às vezes tão doce, às vezes como o fel!!!


(CAROL MINEIRINHA)

Frases

"Quando o futuro vira passado é fácil ver o que tinha que ser feito..."

"Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto..." (William Shakespeare)

"Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o." (William Shakespeare)

"É um amor pobre aquele que se pode medir." (William Shakespeare)

"Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio." (William Shakespeare)

"O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro, admito. Aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. Conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te." (William Shakespeare)


quarta-feira

HOJE é dia de lembrar de ONTEM...


Hoje quero me recordar da infância...Difícil lembrar tudo, mas algumas coisas me marcaram...Eu morava numa casa simples, aconchegante, com um portão de madeira, uma cerca branca e muitas folhas verdes que se entrelaçavam por ela...No meio desse emaranhado de plantas, havia um buraco pelo qual eu via o mundo lá fora...Eu não podia sair pra rua e queria fazer amizade com os vizinhos...era por aquela fresta que a gente conversava...queria andar de bicicleta, patins, mas só podia andar dentro de casa, onde não havia espaço e não tinha tanta graça...Sempre tentava criar oportunidades para sair, poder brincar na rua, não sabia o que era liberdade...Certa vez, meus “tios do Rio de Janeiro” vieram nos visitar...Ali eu vi a oportunidade de “criar asas”...Não haveriam motivos para preocupações, pois eles estavam comigo “do lado de fora” de casa...Então peguei a minha “motoca”, que chamava de “Ana Raio” e que era minha companheira inseparável e subi a ladeira para descer à toda velocidade a rua de minha casa. Naquele dia eu me machuquei muito, me custou um dente quebrado, mas naquele dia eu senti o gostinho da liberdade...Hoje vejo as pessoas que tem liberdade e não sabem o que fazer com ela...Dizem que a liberdade não deve ser concedida, deve ser conquistada...A intenção de alguns pais é ver os filhos protegidos...naquele tempo eu achava que a liberdade se resumia a poder brincar na rua...Chega o tempo em que entendemos porque a nossa visão de mundo se limitava ao que se podia ver através de um pequeno buraco...quando nos deparamos com esse mundo violento, com tantas ofertas “ruins”, com tanta alienação, tanta hostilidade, tanto preconceito, tanto desprezo, entendemos porque tentam nos proteger...queremos de volta viver dentro daquele jardim secreto em que não havia muito espaço, mas onde cabia a inocência, o cuidado, a felicidade...Chega o tempo em que podemos brincar na rua, mas não queremos mais, ele realmente é perigoso...o tempo em que somos livres, mas não sabemos...livres pra quê??Eu tinha um vídeo-game Master System, jogava Alex Kid, nunca consegui ganhar (ou zerar)...mas nunca desisti, o meu prazer estava em chegar na final e pelo menos tentar vencer o duelo com o Janken...pra mim existia algum segredo para a vitória, que eu nunca descobri...A vida é assim, sabemos que não é fácil, sabemos que há uma caminhada, que temos que tentar muito, que passamos por muitas fases, e nem sempre vencemos os duelos...às vezes é preciso começar de novo e passar novamente por todas as etapas já percorridas...não importa, como vamos saber se venceremos se não tentarmos???Eu tive três cachorros da raça pastor alemão...eles me ensinaram o que é o valor da AMIZADE, lealdade, companheirismo...com os amigos, eu aprendi a não confiar em todos, aprendi que devemos nos preparar para decepções, aprendi que lidar com pessoas nunca foi fácil e nunca será...Eu assisti Caverna do Dragão, Cavalo de Fogo, Thundercats, Carrossel (senti raiva da Maria Joaquina, rsrs)...O lugar que eu mais gostava era o escritório do meu pai, ali já achava que era uma escritora, rs Eu cresci com a Ruth Rocha, que fez uma dedicatória em um livro pra mim: "Para Ana, que tem o meu sobrenome"...Nunca vou esquecer...Eu não tinha tamanho para alcançar o balcão da biblioteca quando ia locar os livros que me levavam pra viajar...mas aqueles livros me fizeram crescer...e alcançar um pouco do que sou hoje...fiz amizade com os livros, com os diários...como alguns fizeram amizade com os gibis...não havia prazer maior do que terminar uma história e começar outra...Algumas pessoas se incomodam porque sou só sorrisos...pra mim é melhor ser alegre que ser triste...tenho dentro de mim muito da criança que fui e ainda sou criança...ainda me empolgo com pequenas coisas como quando criança...quero crescer, mas sempre renovando dentro de mim aquela alegria de criança...HOJE é dia das crianças!Era dia de ganhar presentes...O meu presente é viver HOJE com a intensidade vivida ONTEM...HOJE me deu saudade daquele tempo...Vou abrir o meu PRESENTE...HOJE estou virando algumas páginas do meu livro da vida, preciso terminar algumas histórias para começar outras...