segunda-feira

VIDA & ARTE...

A vida é como uma grande tela, nós somos os artistas...a nossa arte depende de tantas coisas...vejo quadros pintados com cores tristes, o cinza, o preto...a cada dia aprendo um pouco mais sobre a difícil arte de viver...Não escondo meus desejos, às vezes queria que as pessoas fossem como eu gostaria que fossem, ou pelo menos que fossem o que parecem ser, ou que não parecessem ser o que na verdade não são... confuso...tento me aperfeiçoar na arte de compreender as pessoas, de alcançar a intenção quando as palavras não conseguem ser utilizadas, de ler o olhar, o sorriso, a lágrima de cada um...tento me colocar no lugar do outro pra sofrer o que ele está sofrendo, pra sentir a alegria de receber algo que se espera há tantos anos...há pessoas por trás de tantos papéis, esperando por justiça, morrendo esperando resultados que nunca chegam...sim, eu conheço a história da estrelinha jogada no mar, a história do passarinho ajudando a apagar a floresta incendiada, de cada um fazer a sua parte...mas não quero jogar só uma estrelinha no mar, quero muito mais, quero juntar as minhas forças para andar a segunda milha porque a primeira é a minha obrigação...(mas os que esperam no Senhor, renovarão as suas forças, subirão com asas, como águas, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão...) Quero mais sensibilidade pra enxergar o desespero de uma mãe que sacrifica a própria vida pelo filho, de pessoas que perderam a auto-estima, dos miseráveis...quero tirar de dentro de mim esse sentimento de que os meus pés e as minhas mãos estão atadas, que não posso desatar esses nós...muito pior é o que não faz nada, mas é triste ver o que faz pouco e acha que já fez tudo...quero que o "vai dar tudo certo", "não deve demorar" chegue logo...é difícil dar esperanças quando é difícil passar credibilidade...quando todos já estão cansados de ouvir as mesmas coisas sem ver os resultados...quando tudo que se diz parece utópico, porque as promessas se perdem na correria do dia e no emaranhado de leis que nem seus próprios criadores conseguem explicar...a arte é a soma do cuidado, do zelo, do compromisso, da solicitude, do carinho, do amor...não quero ser aquela que "tentou fazer", mas a que fez, ainda que dentro das minhas limitações...

Brincando de Cecília Meireles...

Vagando e acompanhando as oscilações do pensamento...
Irei lembrar dos jardins do contentamento...
As amarguras e lamentos de um coração em tormento...
Ganhei flores da vida, que formosas, balançavam ao relento...
E as folhas caíram, levadas pelo vento, pelo tempo...
Mas o que é a vida sem agrura ou sofrimento?


Efêmera vida, que segue sem rumo, sem medida...


Vai como uma pomba que se lança ao ar...
As alturas nada representam pra quem sabe amar...
Gorjeia feliz sem saber como ou quando parar...
As aves lá se vão...e não consigo me encontrar!


Mas guardo lembranças, saudades, recordações...
Um e outro amor, descrevo-os nas canções...
Sinto alegria e tristeza...quem entende os corações?
Infância querida, quisera reviver tuas emoções...
Cativei sentimentos mil, hoje são comoções...
Alguém pode me explicar...os motivos, as razões???

(CAROL MINEIRINHA)

Um pouco da obra de Cecília Meireles

Com o livro Viagem, de 1938, Cecília Meireles encontra seu estilo definitivo. O verso melódico sustenta os motivos fundadores de sua poética – sonho, solidão, mar, canção, melancolia, nuvens, céu, morte...Obra que consagra a autora, Viagem apresenta poemas que refletem sobre o fazer poético, em indagações ainda encontradas em livros posteriores. A obra Viagem, juntamente com Vaga Música, inscrevem-se no panorama do Modernismo brasileiro e assinalam sua singularidade primordial. São poemas marcados pela engrandecimento dos elementos mais simples da existência, os quais adquirem significação simbólica. A obra, pela capacidade lírica inovadora, retrata uma permanente viagem interior; intimista e introspectiva, sugerindo num tom leve e delicado, temas de solidão, melancolia, fuga pelo sonho, o vazio do existir, saudades e sofrimento. Essas características percorrerão toda sua obra lírica. Poetisa da fugacidade, da precariedade, da provisoriedade, Cecília Meireles, desde Viagem, marca essa noção capital de fluidez em vários dos elementos da natureza que surgem ao longo de sua poesia, dentro de um fluxo mais amplo que é o do próprio canto. 

sábado

CASA GRANDE (Gladir Cabral)

A casa grande é branca e branda como a seda, 
Acolchoada, fina e nobre como a renda, 
Mas aqui fora reina a lei da reprimenda, 
Da palmatória, nossa paga, nossa prenda. 

Doutores, caros, fortes, ricos e senhores 
Que suspirais pelas janelas dos amores, 
Olhai por nós marcados por terríveis dores, 
De vós vêm nossas esperanças e temores. 

Os nossos corpos sendo mortos pouco a pouco, 
Os nossos sonhos já desfeitos, todos loucos. 
Na casa grande há uma cruz numa parede. 

No coração de um negro há uma casa nova 
Sem palmatória, sem corrente obrigatória, 
Sem mais senhores, todos são de todo amigos 
E nas paredes não há cristos esquecidos. 

Nessa fazenda Deus é gente aproximada, 
É tempo inteiro, tarde, noite e madrugada, 
Motiva encontro, comunhão e caminhada, 
Faz liberdade ser bem mais que uma palavra. 

Os nossos corpos redimidos num momento 
Bem mais veloz que a luz de todo o pensamento, 
A nossa casa é muito mais que uma fazenda...
A nossa vida é bem mais que uma fazenda...

Eu sei que vou te amar...

Hoje acordei cantarolando essa música do Tom Jobim...Sonhei com você na noite passada...


Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

ESCOLHAS

Não demorei muito pra perceber que a vida é feita de escolhas...você pode se arrepender de não ter feito isto ou aquilo, mas foi uma escolha sua...é preciso sacrificar algumas coisas, mas quem escolhe a ordem das prioridades é você!!!Não é preciso sacrificar tudo, não é preciso se sacrificar...mas é preciso ter um pensamento voltado para o crescimento, para objetivos que sempre quis alcançar...Oportunidades vão surgindo, portas vão se abrindo, e de repente uma volta em alguns graus possa ser necessária, não o suficiente para que volte ao mesmo estágio anterior, mas de um modo que hoje seja melhor do que ontem, que seja uma volta de amadurecimento, de entender que as coisas nem sempre acontecem como planejamos...Mas nem sempre o que planejamos é o que seria melhor pra nós...Surgem circunstâncias na vida em que podemos realizar sonhos, mas não ao mesmo tempo...então pegamos a caixinha de sonhos e guardamos alguns para daqui a pouco...Alguns morrem sem realizar todos os planos que traçaram para suas vidas, mas valor deve-se dar ao "sonhar", vale a caminhada, a tentativa de chegar lá, ao alimento que o sonho traz pra alma, à esperança de que a realização de um sonho é um passo, e o passo seguinte é a realização de outro...Me recordo de uma propaganda em que a música dizia que sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade...Não creio que seja ruim ter seus próprios sonhos, não é preciso sonhar com alguém para que seja um sonho...mas sonhar junto é dividir a expectativa e a alegria de realizá-lo com outras pessoas, é transmitir no sorriso o desejo de que o outro também realize o dele, é dar a outra pessoa a esperança de que quando menos se espera as coisas acontecem...É tão estranha e ao mesmo tempo tão gostosa a sensação de que algo que você imagina tão distante de repente bate à sua porta...É tão bom ver o esforço de ontem recompensado hoje...Quero ter vários sonhos, porque quando alcançar um, tenho tantos outros para buscar...o combustível é a esperança...que pessoa triste é aquela que não sonha, que não tem esperanças...